Infância é um período da vida, como qualquer outro. Todos os aspectos da vida de uma pessoa é importante dentro de seu contexto e a infância tem sua importância (o que é geralmente negligenciado). A grande valorização da infância é bem vinda, mas também patrocinada por uma ENORME industria que explora de roupas a produtos alimentares, de segurança a futilidades.
Um menino que age como um idoso é chamado chato, um idoso que age como um menino é chamado de senil. Uma menina que age como se espera que uma adulta aja é chamada de prodígio, uma adulta que age como se espera de uma menina é chamda de irresponsável.
Portanto um feto as a matter of fact age como um bebê antes do tempo certo é chamado de prematuro. E ele não tem um dia para ele.
Hoje, fiz a remoção de um recém-nascido prematuro. Ele estava sendo removido de um hospital privado pago pelo convênio para um hospital público porque, devido a um complexo enredo legal (talvez), ele não podia mais contar com a cobertura do plano de saúde de sua mãe. Por que? Porque sua mãe era uma adolescente de 16 anos. Ela teve (como é mais comum na adolescência) um trabalho de parto prematuro, e teve seu filho antes do tempo dela ser mãe e antes do tempo dele nascer. Nasceram aí também uma avó antes do tempo e uma família inteira lidando com uma situação prematura - que deveriam encarar daqui a 4 ou mais anos. Portanto, a mãe do recém-nascido era dependente do plano de saúde dos seus pais. A criança, ao completar 29 dias de vida, perdeu a cobertura oficial do plano da mãe porque deixou de ser considerado recém-nascido para ser considerado lactente. Mesmo pesando 1600g, mesmo que sua idade gestacional corrigida ainda o classifique como prematuro, ou seja, inápto para nascer (ou imaturo), prematuramente foi despejado como lactente em um hospital público.
Menos mal que o hospital de destino (o público) me surpreendeu em organização e limpeza. Mas a criança foi submetida ao estresse de uma remoção por ambulância com todas as suas implicações. Teve sua rotina e os profissionais que cuidaram dele desde o nascimento por quase um mês, quebrou o vínculo dessa família com a instituição e com os profissionais que as acolheram.
Portanto, na falta de um dia do prematuro, deixo aqui um feliz dia das crianças para os prematuros e suas famílias.
Um abraço.
Este blog é um esforço de divulgação ao texto do Dr. Luis Alberto Tavares Mussa chamado Uma Declaração Universal de Direitos para o Bebê Prematuro. Nosso objetivo é reforçar a necessidade de direitos de bebê prematuro e conclamar a sociedade brasileira a abraçá-la e aos profissionais a considerá-la essencial para o exercício do seu trabalho.
Andre
ResponderExcluirA comercialização do Cuidado com a vida humana é hediondo.
Lamentavelmente nossas instituições vendem cuidados medicos e oferecem negligencia e desrespeito aos nossos pequenos bebes...
Sempre encarei a Declaração como um instrumento politico e social em defesa de nossa infancia e de nossa familia prematura.
Enquanto persistir a comercialização do cuidado e a valorização da negligencia e do descuido essa situação preservará a ameaça a que impomos os sobreviventes de nossos descuidos com a própria especie.
É o que o prof. Ricardo Jhones chamou uma vez de Colapso.
É o que vemos acontecer descriminalizadamente em nossos dias.
Que o homem acorde a tempo.
Feliz dia da criança prematura a voce e a todos os pequeninos e as suas familias.
Com carinho
Luis Tavares.
Existe sim o dia do prematuro! É dia 14 de março!!!
ResponderExcluirhttp://natalini.dominiotemporario.com/images/projetosdelei/PL0138-2007.pdf
Dia do Prematuro será comemorado na Câmara Municipal e pela ong Viver e Sorrir
Na próxima quinta-feira (13/03), às 19h, uma sessão solene da Câmara Municipal de São Paulo vai lembrar o Dia Municipal em Atenção ao Prematuro - comemorado em 14 de março. Cerimônia acontece no Auditório Prestes Maia, Viaduto Jacareí, 100 - 1º andar.
Estaéa segunda vez que a data é comemorada, após ser instituída pela lei 14568, de autoria do vereador Gilberto Natalini. O dia 14 de março foi escolhido por ser a data de nascimento de Albert Einstein - cientista ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1921, considerado uma das grandes personalidades do século XX. Um gênio que nasceu prematuro e sobreviveu sem sofrer seqüelas.
A intenção de dedicar um dia aos prematuros foi chamar a atenção de profissionais e de toda a sociedade para a importância do atendimento especial a essas crianças, desde o nascimento até a adolescência. "Este procedimento é essencial para a boa formação e desenvolvimento do prematuro, podendo ser fundamental para que ele se torne um ser humano completamente saudável", esclarece Ana Lucia Goulart, chefe da Disciplina de Pediatria Neonatal da Unifesp.
Para evidenciar a importância da prematuridade como questão de saúde pública, docentes da Pediatria Neonatal, com apoio da sociedade e de parentes dos pacientes, criaram a organização não-governamental Viver e Sorrir - Grupo de Apoio ao Prematuro, atualmente presidida pelo Dr. Benjamin Israel Kopelman. "Um dos objetivos é divulgar a possibilidade de prevenção por meio do exame pré-natal e combate a alguns fatores de risco, como diabetes e pressão alta. Se mesmo assim ocorrer a prematuridade, existem tratamentos eficazes para a criança, desde o período de internação após o nascimento até a fase da adolescência", destaca Ana Lucia.
A entidade tem como objetivo apoiar as atividades já desenvolvidas pela Disciplina de Pediatria Neonatal e prestar auxílio social às crianças atendidas pelos profissionais vinculados à disciplina, como auxiliar no transporte das mães carentes para visitar seus bebês no hospital, levá-los para consultas médicas, fornecer equipamentos para reabilitação das crianças (óculos, cadeiras de rodas etc), medicamentos, cestas básicas e vestuário.
Além da sessão solene na Câmara, a data será lembrada pela ONG Viver e Sorrir com atividades envolvendo pacientes e familiares atendidos pela entidade na Casa dos Prematuros - à rua Diogo de Faria, 764 - Vila Clementino. Ainda como parte das comemorações, no dia 16 haverá uma festa para cerca de 500 crianças nascidas prematuras, acompanhadas de um familiar.
Os interessados em colaborar com o trabalho podem entrar em contato pelo telefone: 5571-9277, e-mail: ouvinte@viveresorrir.org.br ou no site: www.viveresorrir.org.br